Mercado imobiliário: o que esperar de 2022?
Desde o primeiro caso de confirmado de COVID-19 e o início da pandemia no Brasil, vivenciamos uma mudança drástica na rotina, familiar e corporativa, a queda e a gradual retomada da economia, além de um alto índice de vacância dos escritórios comerciais. Não chegamos ao fim da crise sanitária, mas aos poucos começamos a enxergar um cenário de esperança, com possibilidades de retomada.
E ao observar este panorama, não podemos deixar de ressaltar a resiliência do setor imobiliário. “Vimos desde o início de toda esta crise sanitária e econômica o quanto o setor imobiliário é resiliente, e o quanto manteve-se firme e avançou nestes últimos dois anos”, afirma Marco Dal Maso, sócio diretor da Mário Dal Maso.
Foi necessária uma adequação para suprir as novas necessidades, não apenas dos espaços físicos – como escritórios e home offices projetados nos novos empreendimentos –, mas também das transações. “A tecnologia foi uma grande aliada e as novas ferramentas, sem dúvidas, serão utilizadas de hoje em diante”, explica Marco. Um grande exemplo é a visita à empreendimentos de maneira virtual, a assinatura dos contratos via aplicativo e as reuniões de forma virtual, que veio para ficar, mesmo que sejam híbridas.
No âmbito econômico, mais mudanças surgiram a fim de continuar a aprimorar o setor, como é o caso do IVAR – Índice de Variação de Aluguéis Residenciais, novo indicativo da FGV IBRE idealizado por Paulo Picchetti, pesquisador da fundação e responsável pela metodologia. Voltado especificamente para o mercado imobiliário, o IVAR mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais e é calculado com base nas variações de valores de aluguéis em uma amostra de cerca de 10 mil observações mensais de contratos de locação. “O novo indicador lançado pela FGV é boa notícia, tanto para proprietários quanto para inquilinos”, afirma Marco.
Em dezembro de 2021, o IVAR subiu 0,66%, apresentando desaceleração com relação à taxa registrada no mês anterior, de 0,79%. Com este resultado, o índice acumula variação de -0,61% em 12 meses, representando também uma desaceleração na comparação com a taxa interanual apurada em novembro, de +0,70%.
“A criação do novo índice é positiva, era preciso um reajuste do aluguel mais fidedigno com o que realmente acontece no mercado imobiliário, mas é necessário ter cautela antes de reajustar os contratos”, explica Marco.
Boas perspectivas para 2022
Com a ampla vacinação, inclusive da dose de reforço, o retorno aos escritórios está acontecendo. Mesmo após um longo período de distanciamento em que as empresas trabalharam à distância, aos poucos a taxa de ocupação dos espaços comerciais tem se elevado. “Este é um grande exemplo de como está sendo a retomada. Mesmo após tanto tempo em home office, período em que muitas empresas até mesmo desocuparam seus imóveis e salas comerciais, aos poucos estão voltando ao seu espaço físico, ainda que com cuidados e distanciamento. Mesmo que a volta seja híbrida, o espaço físico ainda é muito importante”, reforça Marco.
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