O mercado imobiliário brasileiro registrou um crescimento expressivo no segundo trimestre de 2024, com as vendas de imóveis residenciais novos aumentando 17,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O programa federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV) foi o grande destaque, com um aumento de 46% nas vendas, impulsionando o setor e gerando otimismo para o restante do ano.

Com um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 53 bilhões – 20,2% superior ao registrado em 2023 –, o setor imobiliário mostrou resiliência e capacidade de crescimento, mesmo em um cenário econômico desafiador.

Os lançamentos de novos imóveis também apresentaram um crescimento de 7% no segundo trimestre, totalizando 83.930 novas unidades colocadas no mercado. No entanto, o estoque de imóveis não vendidos chegou a 274.303 unidades, o que representa um tempo médio de escoamento de nove meses. “O mercado tem mantido um equilíbrio saudável entre lançamentos e vendas, o que é fundamental para a sustentabilidade a longo prazo”, analisou Bruno Dal Maso, Gerente Comercial de Patrimônio da Mario Dal Maso.

O segmento do Minha Casa, Minha Vida foi responsável por uma parte significativa dos resultados positivos. No segundo trimestre, o programa representou 42% do volume total de vendas, um aumento considerável em relação aos 34% do ano anterior. Além disso, os lançamentos de imóveis dentro do MCMV cresceram 86,7%, mostrando a eficácia das reformas implementadas no programa em 2023. “Quando o governo ajusta os parâmetros do programa, os resultados aparecem rapidamente, como estamos vendo agora”, destacou Bruno.

Apesar dos bons resultados, há uma preocupação crescente no mercado em relação à utilização dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para outras finalidades, como o saque-aniversário e o crédito consignado. “O desvio de recursos do FGTS para outras áreas pode comprometer o financiamento de habitação de interesse social, que é importante para o setor”, alertou o diretor. Essa questão, segundo especialistas, precisa ser revisada para garantir a continuidade dos investimentos em moradia popular.

Com esses resultados, o setor imobiliário projeta um segundo semestre ainda mais positivo, seguindo a tendência de crescimento dos últimos anos.

Assim, o setor segue otimista, mas alerta para os desafios no financiamento habitacional que podem surgir caso o uso inadequado dos recursos do FGTS não seja corrigido.

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