Mario Dal Maso News | Veja em seu navegador!

Conscientização da descarbonização do setor imobiliário

Em fevereiro de 2023, o Litoral Norte de São Paulo presenciou os estragos causados por chuvas históricas. Os efeitos desse desastre ainda persistem, afetando até mesmo áreas que não foram diretamente atingidas pelas enchentes. O valor das propriedades à beira-mar diminuiu, e a obtenção de seguro para essas propriedades tornou-se mais onerosa.

Entretanto, essa não é uma realidade exclusiva do Brasil. Nos estados norte-americanos da Califórnia e Flórida, eventos climáticos extremos têm criado desafios significativos para a renovação de seguros residenciais. Incêndios devastadores na Califórnia e furacões mais poderosos e frequentes na Flórida são exemplos dessas ameaças.

O setor imobiliário desempenha um papel crucial, e essa relação levanta algumas questões importantes. “Surpreendentemente, o setor imobiliário é responsável por 40% das emissões totais de CO2 no planeta, acelerando as mudanças climáticas. Metade desse valor provém dos materiais utilizados na construção de novas propriedades, e o cimento se destaca como o principal vilão, sendo a segunda substância mais consumida no mundo, depois da água”, explica Karen Monteiro.

As regulamentações já estão surgindo e tendem a se tornar ainda mais rigorosas no futuro. Por exemplo, o Parlamento Europeu aprovou recentemente uma lei que impede a venda ou aluguel de imóveis comerciais com classificação de eficiência energética F ou G. Além disso, o mercado está promovendo mudanças, com muitas empresas e investidores exigindo eficiência energética e relatórios detalhados sobre a pegada de carbono dos imóveis.

“Isso implica que o valor das propriedades imobiliárias pode diminuir consideravelmente caso não sejam realizadas as melhorias necessárias, juntamente com uma adequada divulgação de seus atributos ambientais ao mercado”, ressalta Karen Monteiro.

A agenda de descarbonização do setor imobiliário implica custos, porém também benefícios tangíveis. Edifícios mais eficientes resultam em economia para seus proprietários. Além disso, novos materiais e técnicas de construção têm o potencial de reduzir custos e minimizar impactos ambientais. Além disso, startups em todo o mundo, incluindo no Brasil, estão desenvolvendo tecnologias que não apenas trazem ganhos financeiros para o setor imobiliário, mas também contribuem para as metas de redução de carbono.

A redução da temperatura necessária para a produção de concreto e cimento, a incorporação de madeira engenheirada na construção e o aprimoramento da eficiência energética são algumas áreas de foco. No Brasil, com sua abundância de terras disponíveis para o plantio de florestas, há vantagens naturais nesse esforço.

Voltar.



Mario Dal Maso NEWS é uma publicação da Mario Dal Maso • Rua dos Chanés, 95 - Moema • São Paulo/SP
©Todos os direitos reservados • Cadastre-se para receber o boletim por e-mail.